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Série 1: Métodos Diagnósticos em Pneumologia – ESPIROMETRIA

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A espirometria é o teste de função pulmonar mais comum para avaliar a saúde dos seus pulmões, sendo útil para ajudar a diagnosticar e tratar várias doenças respiratórias. Neste exame, você enche seus pulmões com o máximo de ar que puder e depois sopra com força rapidamente em um aparelho chamado espirômetro. O  espirômetro mede todo o ar que a pessoa consegue soprar por meio de uma variável chamada Capacidade Vital Forçada (CVF) e também a velocidade da saída do ar dos pulmões, especialmente no primeiro segundo do teste (VEF1: Volume Expiratório Forçado no 10 Segundo). O teste é indolor (sem injeções, picadas, comprimidos) e, geralmente, dura menos de 15 minutos. Se um medicamento é usado no teste, via de  regra, é por via inalatória. Não é necessário jejum para a realização do exame. 

Uma pessoa deve deve realizar uma espirometria se: 

a) Sente falta de ar (por exemplo quando caminha rapidamente).

b) Tosse muito.

c) Se está preocupada com a saúde dos seus pulmões.

d) Se já está recebendo tratamento para uma doença pulmonar.

e) É fumante ou fumava (o cigarro frequentemente provoca, entre outros prejuízos para a saúde, a queda da função pulmonar).

f) Se trabalha em determinadas condições ambientais com maior potencial de causar doenças respiratórias.

Como é realizado o exame? O técnico em espirometria ou o seu médico pneumologista irá mostrar como soprar no espirômetro. Durante o exame é necessário utilizar um tubete descartável na boca e um clipe macio sobre o nariz para evitar que o ar vaze pelas narinas. Ao iniciar o teste, o paciente será orientado a inspirar profundamente no espirômetro e a seguir será solicitado a soprar com força no espirômetro (de forma similar a de apagar as velas de um bolo de aniversário), continuando a soprar até os seus pulmões estarem vazios, sendo que neste momento será orientado a parar. Em alguns exames, as manobras serão repetidas após alguns minutos da inalação de uma medicação broncodilatadora para verificar se há melhora da sua função pulmonar com  o medicamento inalatório.

Entendendo os resultados. O pneumologista analisará os resultados, por meio de gráficos, para verificar como os pulmões estão funcionando e se apresentam valores dentro da faixa de referência para a população brasileira. Para cada pessoa existe uma gama de resultados que é considerada normal de acordo com a idade e altura. Em linhas gerais:

a) Se a quantidade de ar que o paciente consegue soprar durante o primeiro segundo é baixa, você pode ter um estreitamento das vias aéreas possivelmente devido a asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC, uma doença que engloba enfisema pulmonar e bronquite crônica).

b) Se está em uso de medicamentos para asma ou DPOC, a espirometria pode ser utilizada para verificar se o tratamento está sendo eficaz. 

c) Se a quantidade de ar que o paciente consegue soprar durante toda a manobra respiratória, seja ela lenta ou forçada, estiver reduzida, existe a possibilidade da presença de doença restritiva associada como, por exemplo, doenças fibrosantes.

d) O teste também pode ser útil em outras condições clínicas (no caso de doenças cardíacas ou reumáticas, que podem comprometer os pulmões).

Além das principais indicações descritas, existem outras possibilidades diagnósticas e outros achados que podem ser interpretados durante a avaliação deste exame, por exemplo, avaliação pré-operatória de cirurgias abdominais ou torácicas, compressões intra ou extrapulmonares, comprometimento neurológico da musculatura ventilatória, entre outros.

Importante. Como em qualquer procedimento médico, é fundamental que o exame seja executado seguindo normas de máxima qualidade, uma vez que o resultado direcionará seu médico a um diagnóstico e decidir por um tratamento. O médico mais treinado para supervisionar e emitir os laudos de espirometria é um pneumologista com certificado emitido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Portanto, solicite que seu exame  seja efetivamente realizado e analisado por médicos especialistas que possuam estas competências. 

Acompanhem pelo site: www.sppt.org.br, newsletter ou na página do Facebook da SPPT: https://www.facebook.com/SocSPPT/

Esperamos que essas séries sejam úteis e construtivas para nossa prática clínica!

Dr. Roberto Rodrigues Junior
Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), com interesse na área de fisiologia respiratória e função pulmonar. Foi Coordenador do Departamento de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2008 a 2012). Atualmente é Professor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC e Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (Biênio 2018/19). 

Links de interesse:

1.https://www.thoracic.org/patients/patient-resources/resources/portuguese/pulmonary-function-testing-children.pdf

2.www.healthylungsforlife.org

3.https://www.ers-education.org/guidelines/global-lung-function-initiative

4.http://www.europeanlung.org/assets/files/en/publications/spirometry-en.pdf?utm_source=ERS+newsletter&utm_campaign=324971c28e-ERS_Newsletter_34_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_372fc3467c-324971c28e-62672461

5.https://cdn0.scrvt.com/08ab3606b0b7a8ea53fd0b40b1c44f86/ba5477f898117ae3/9739bd740b3c/Getting-ready-for-spirometry.pdf

Divulgação exclusiva da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia – SPPT

Dra. Eloara Campos – Diretora de Divulgação da SPPT